segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Emoção, bom futebol e mentalidades.




Hoje é segunda-feira e ficou para trás mais um fim de semana cheio de bola, para todos os gostos. Para o presente artigo, três jogos distintos, de três ligas díspares de realidades e mentalidades que contrastam e que contam histórias também elas desiguais.

Comecemos no sábado com o derby de Merseyside em casa dos azuis de Liverpool, o Everton. Uma partida incrível, talvez o melhor encontro da presente edição da Barclays Premier League: pelo ambiente, pela emoção, pela rivalidade, pelos golos, pela intensidade. Sim, porque em termos técnicos e tácticos, o futebol inglês está longe dos píncaros de uma Bundesliga ou de uma La Liga. A quantidade de passes errados é assombrosa, as oportunidades desperdiçadas são recorrentes e os erros defensivos são constantes. Mas a verdade é que a intensidade colocada em cada lance é monstruosa. Que o diga Luís Suarez que ficou com a marca da bota de Mirallas no joelho.. cartão amarelo e não se fala mais nisso! Segue jogo. E segue muitas vezes, muitas vezes erradamente, muitas vezes sem se perceber bem como. Segue porque não se queima tempo, porque ambos jogam para ganhar, porque cada jogador tenta ser mais intenso que o adversário e porque a mentalidade determina a magnificência do jogo. Mas segue, o jogo flui e o espectáculo continua! Ganha o futebol, ganha a Premier League, cuja imprevisibilidade e emoção estão sempre garantidas, jornada após jornada.

Porque se quisermos falar de bom futebol, e porque a Premier League é um grande espectáculo mas poucas vezes temos oportunidade de assistir a jogos bem jogados, damos um saltinho ao Signal Iduna Park, na Alemanha. Talvez as duas equipas que melhor futebol praticam na Europa. O Bayern foi melhor e venceu bem mas o resultado é enganador, visto que o Borussia teve as suas chances. Mas o que importa realçar é que é ali que o futebol é realmente valorizado, é um jogo de Champions, com todos os ingredientes que podem ditar o jogo do ano, com jogadores que fazem a diferença e com intervenientes responsáveis a todos os níveis do jogo. O Dortmund perdeu 0-3 e saiu com uma ovação tremenda. Não custa tanto assim.

Em Liverpool é o lado emocional que é levado ao expoente máximo, em Dortmund, por outro lado, qualquer céptico acredita que o futebol bonito e vistoso, que é ao mesmo tempo pragmático e intenso,  continua vivo e de boa saúde, em Guimarães… bem, aí até um cego chora. Como se o estado lastimoso do relvado não fosse o bastante, a falta de qualidade e intensidade de alguns dos intervenientes do jogo da noite passada é gritante. Tenho cada vez mais dificuldade em acompanhar jogos da liga Zon Sagres, confesso. E acho que o que me faz perder a vontade e a paciência é a mentalidade e a forma de encarar os jogos por parte das equipas. Das três. Dirigentes, treinadores, jogadores e juízes. Porque o jogo pára a cada 30 segundos, porque o tempo jogado é escasso por força do tempo perdido propositadamente, porque os jogadores procuram constantemente a falta e porque cada um que cai agarra a bola e conquista a falta. Ontem em Guimarães custou-me acompanhar o jogo, e os impropérios foram uma constante.


Mais, a hipocrisia e a falsa inocência dos anjinhos cuja culpa nunca assumem, cada vez me afasta mais da realidade medíocre que é o futebol nacional.

Rafael Maçãs

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

O melhor do Mundo, com certeza!

   Intervalo no Friends Arena, na Suécia. 3/4 do Play-off de apuramento para o Mundial no Brasil estavam concluídos, e Portugal vencia a eliminatória por 1-0, fruto de um golo do capitão português. Um jogo morno, onde Portugal era superior mas que não alimentava a chama de um dos melhores duelos do play-off.

   Howard Webb apita para o início da 2ª parte, e a história começava a ganhar novos contornos. Portugal chega à vantagem no jogo, colocando a eliminatória praticamente "no bolso", uma vez mais por intermédio de Cristiano Ronaldo. Os suecos acreditaram, fizeram o empate num lance infeliz da defesa portuguesa e chegam à vantagem através de um pontapé livre indefensável para Rui Patrício. Quem marcou? Zlatan Ibrahimovic, pois claro. A equipa portuguesa vacilava, Paulo Bento suspirava e o povo luso começava a não acreditar na viagem ao Brasil.   

   Portugal perdia nesta altura por 2-1, e apesar de ainda deter a vantagem na eliminatória, o crescendo ofensivo da selecção sueca não deixava adivinhar um bom desfecho para o povo luso. 

   É nesta altura que, contra tudo e contra todos, aparece o capitão e comandante desta nossa nau portuguesa: CRISTIANO RONALDO, o melhor jogador do Mundo! 

   Como um super-herói, carregou a equipa das quinas às costas, e numa eliminatória que ficou 4-2, Ronaldo fez o poker. 

   Nunca na história do futebol mundial, um jogador foi capaz de calar tantas bocas a tantos críticos, como Ronaldo fez ontem. Nunca na história do futebol mundial um jogador foi tão decisivo numa eliminatória como Ronaldo foi ontem. Nunca na história do futebol mundial houve um jogador que respondesse à pressão da comunicação social e dos organismos que tutelam o futebol de uma forma tão eficaz, como Ronaldo respondeu ontem! 

   Já não há palavras para descrever a qualidade de um homem que lutou para ter o que tem, que trabalhou para ser quem é, e que é descrito por todos os seus treinadores como um trabalhador nato, um profissional perfeito, e um ser humano humilde! 

   Ano após ano, jogo após jogo, Ronaldo responde dentro de campo, e as estatísticas não mentem! A Bola de Ouro perdeu credibilidade, e neste momento é unânime: Ronaldo não tem mais Bolas de Ouro, mas é o melhor do Mundo! 

   Há orgulho em poder dizer isto, e há orgulho em poder dizer que É PORTUGUÊS!

   Resta-me dizer: obrigado capitão, obrigado comandante, obrigado melhor do mundo! Dá-me gozo ver-te calar tanta gente, e vamos ao Mundial do Brasil, onde não podia faltar o melhor jogador de futebol deste planeta!  

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Ronaldo vs Ibrahimovic ... Ou Portugal vs Suécia ?


   Temos assistido nos últimos dias a um autêntico festival de declarações, previsões e expectativas na comunicação social, todas relacionadas com o jogo do play-off de apuramento para o Mundial do Brasil. 

    Jornais portugueses, suecos e espanhóis, essencialmente, têm feito deste jogo um confronto entre as duas grandes figuras de ambas as selecções: Cristiano Ronaldo e Zlatan Ibrahimovic. As expectativas de dois países são carregadas nos ombros destes dois homens, e surgiu até a ideia de que, pela excelente forma do sueco nestes últimos meses, este se revelou capaz de ombrear com o português, Lionel Messi e Franck Ribéry no favoritismo pela Bola de Ouro. 

   Mas o futebol é jogado por 22 homens dentro de campo, mais as equipas técnicas, os suplentes, árbitros e até os adeptos. É um espectáculo com muito mais componentes, e quanto mais atenção lhes for dada, mais bonito será o jogo. 

   Digo pois, que não se sintam desiludidos se nenhum dos dois craques for decisivo em algum dos jogos, e que não critiquem algum eventual apagão destas duas estrelas. Eles não jogam sozinhos, têm como adversários jogadores experientes e motivados, e acima de tudo são expostos a níveis de pressão extremamente elevados. 

   Nós portugueses não temos que apoiar Ronaldo e criticar Ibrahimovic. Temos que apoiar Portugal, temos que puxar pela nossa selecção, e esperar que a história deste país sirva de inspiração para os 11 homens que vão entrar em campo com as esperanças da nação verde e vermelha nas mãos, ou melhor, nós pés!

   Hoje, somos 10 milhões a puxar para o mesmo lado! Hoje somos nós a jogar em casa! Hoje, somos os favoritos, e sem dúvida alguma, temos que entrar em campo para ganhar!


João André 

domingo, 3 de novembro de 2013

Até quando, Vettel?

Vettel mais uma vez. Surpresa teria sido se outro nome qualquer tivesse ficado à frente do alemão. De resto,  mais um fim de semana, mais uma prova do campeonato mundial de Fórmula 1 e mais uma vitória do tetra campeão germânico, desta feita no circuito de Abu Dabhi.

Mais importante do que falar da corrida em si, torna-se relevante tentar prever o que poderá ser o futuro deste grande piloto e o que esperar da próxima temporada. Indubitavelmente, Vettel, encaminha-se para se tornar o piloto mais titulado de sempre. Mais surpreendente é o facto de ainda ter apenas 26 anos. Mas o caminho é ainda longo e no desporto, em especial na volátil Fórmula 1, conjunturas depressa se tornam ocas.

Dizer que Vettel é o melhor piloto da atualidade é, no mínimo, duvidoso. Se por um lado extrai do RedBull Renault muito mais do que o seu colega de equipa, Mark Webber, a verdade é que tem um carro muito superior ao daqueles que considero serem, a par do alemão, os melhores da actualidade: Fernando Alonso e Kimi Raikonnen. O que o espanhol e o finlandês fazem com o carro que têm, é de facto incrível, visto que as capacidades do Ferrari e do Lotus são claramente inferiores não só às RedBull mas também às do Mercedes de Hamilton. Vettel, ao longo dos últimos 4 anos teve sempre o melhor carro: o mais rápido, o mais viável e o mais competitivo. Até o factor sorte tem estado do lado de Vettel, que muito poucos problemas teve este ano, ao contrário do seu colega de equipa que por diversas vezes teve problemas esta temporada que o obrigaram a desistir ou a acabar em lugares pouco condizentes com a capacidade do carro do australiano.

Sem tirar qualquer mérito a Vettel, porque o tem e porque é um dos melhores da actualidade, a bom da verdade é que teve sempre a conjuntura a seu favor, e esta época não foi excepção. Quando se ganha 11 em 17 grandes prémios, tem de haver uma desigualdade que vai para além da capacidade dos pilotos.

Contudo, adivinha-se uma nova época em que, pela primeira vez nos últimos anos, a RedBull não só não parte como clara favorita como parte até com alguma desvantagem para os principais rivais. Isto porque na próxima temporada, vão ser introduzidas alterações ao nível dos motores. Os motores 2.4 V8 que vigoram desde 2006 vão dar lugar a motores 1.6 V6 turbo. Note-se que a Redbull está dependente da Renault, visto que é a marca francesa que fornece os motores aos tetra campeões de construtores. Por outro lado, a Mercedes e a Ferrari dependem apenas de si, pois fabricam os seus próprios motores.

Por outro lado, o regresso do Iceman, leia-se Kimi Raikonnen, à escuderia italiana pode ser importante na luta pelo campeonato de construtores por parte da Ferrari. Incógnita será como duas estrelas e antigos campeões como Alonso e Raikonnen se vão entender quando for preciso jogar pela equipa.
   
Confesso que não anseava tão apaixonadamente por uma nova temporada de Fórmula 1 há uns valentes anos.



Rafael Maçãs