sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Novo ano, nova época.


O mundo do ténis já está em ebulição e com as expectativas nos píncaros com vista ao primeiro Grand Slam da época, o Australian Open que principia no primeiro dia 13 de 2014. Pelos lados de Doha, Brisbane ou Auckland, os motores vão aquecendo e os favoritos vão-se testando e preparando para entrarem na nova época com o pé direito.

Este início de temporada não parece destoar da temporada transacta no que ao ténis de saias diz respeito. O furacão Williams não parece oferecer dúvidas e com maior ou menor dificuldade parece confirmar o domínio nas senhoras e a liderança do ranking não deve fugir nos tempos mais próximos. Que o diga Maria Sharapova. A Russa saiu vergada de forma contundente nas meias finais de Brisbane frente à americana em apenas dois sets.

Quanto ao ranking WTA, não se prevêem grandes alterações no grupo das favoritas, principalmente no top 5. A juntar às acima referidas, Victoria Azarenka afigura-se como a principal ameaça ao reinado da campeoníssima americana. Em forma, pode ganhar qualquer encontro, apesar de Serena ser claramente a sua ‘besta negra’, com uma vantagem incrível no confronto directo com a bielorussa (13-3 a favor de Williams). De resto, atenção especial ao excelente início de temporada de Ana Ivanovic, que se apresenta em boa forma. Contudo, a volatilidade no ténis feminino é uma certeza e a juntar à bela sérvia, jogadoras como Angelique Kerber, Carline Wozniacki, Sloane Stephens, Sabine Lisicki (finalista vencida da última edição de Wimbledon), Petra Kvitova (detentora de um título do Grand Slam), entre outras, procuram que esta seja a sua época de afirmação e de confirmação de que podem ombrear com as melhores. Penso que ainda estão longe dos níveis de Azarenka e Williams, em particular.

Se a liderança do ranking WTA é quase uma certeza, o inverso ocorre no quadro ATP. Apesar da boa época de Novak Djokovic, e do excelente final de temporada em particular, este perdeu a liderança para o regressado Rafael Nadal que tirou partido de não ter pontos a defender e destronou 'Nole' da liderança. Menos de 1000 pontos ATP separam os dois melhores tenistas da actualidade e prevê-se uma época em consonância com as dos últimos anos, com duelos titânicos e ténis de grande qualidade quando ambos se encontram em court e com incerteza no primeiro lugar do ranking, em condições normais.

O sérvio recrutou o antigo campeão sueco Björn Borg, vencedor de 11 títulos do Grand Slam, para a sua equipa técnica, apesar de manter o seu treinador de sempre Marian Vajda. Conseguirá o sérvio elevar o seu ténis para os níveis de 2011, quando venceu 41 partidas sem ser vergado?

As principais incógnitas prendem-se com os dois melhores suíços da actualidade, mas não só. Conseguirá o tenista mais premiado de todos os tempos recuperar o seu lugar no mundo do ténis como um dos melhores da actualidade, ou está definitivamente arredado das grandes decisões? Conseguirá Federer provar que 2013 foi apenas o pior ano da sua carreira em muitos anos? E Wawrinka? Conseguira o vice-campeão do Portugal Open confirmar-se entre a elite, 'galgar' posições no ranking e atingir níveis como aquele que atingiu nos oitavos de final de Melbourne, há um ano, no encontro histórico com Novak Djokovic?

Como se comportará Del Potro? E Tsonga? Berdych? Conseguirá Murray intrometer-se entre Rafa e Nole? Como se comportarão os que não caminham para novos como Gasquet e Ferrer? Será a época de afirmação para jogadores como Milos Raonic ou Grigor Dimitrov? E João Sousa, conseguirá manter-se no top50 ou pode ambicionar a mais?

Os courts já fervilham e Melbourne está à porta. O fãs agradecem, e o desporto também.


Rafael Maçãs

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