O mundo do
ténis já está em ebulição e com as expectativas nos píncaros com vista ao
primeiro Grand Slam da época, o Australian Open que principia no primeiro dia 13
de 2014. Pelos lados de Doha, Brisbane ou Auckland, os motores vão aquecendo e
os favoritos vão-se testando e preparando para entrarem na nova época com o pé
direito.
Este início de
temporada não parece destoar da temporada transacta no que ao ténis de saias
diz respeito. O furacão Williams não parece oferecer dúvidas e com maior ou
menor dificuldade parece confirmar o domínio nas senhoras e a liderança do ranking não deve
fugir nos tempos mais próximos. Que o diga Maria Sharapova. A Russa saiu
vergada de forma contundente nas meias finais de Brisbane frente à americana em
apenas dois sets.
Quanto ao
ranking WTA, não se prevêem grandes alterações no grupo das favoritas,
principalmente no top 5. A juntar às acima referidas, Victoria Azarenka afigura-se como a principal ameaça ao reinado da campeoníssima americana. Em
forma, pode ganhar qualquer encontro, apesar de Serena ser claramente a sua ‘besta
negra’, com uma vantagem incrível no confronto directo com a bielorussa (13-3 a
favor de Williams). De resto, atenção especial ao excelente início de temporada
de Ana Ivanovic, que se apresenta em boa forma. Contudo,
a volatilidade no ténis feminino é uma certeza e a juntar à bela
sérvia, jogadoras como Angelique Kerber, Carline Wozniacki, Sloane Stephens,
Sabine Lisicki (finalista vencida da última edição de Wimbledon), Petra Kvitova
(detentora de um título do Grand Slam), entre outras, procuram que esta seja a
sua época de afirmação e de confirmação de que podem ombrear com as melhores.
Penso que ainda estão longe dos níveis de Azarenka e Williams, em particular.
Se a liderança do ranking WTA é quase uma
certeza, o inverso ocorre no quadro ATP. Apesar da boa época de Novak Djokovic,
e do excelente final de temporada em particular, este perdeu a liderança para o
regressado Rafael Nadal que tirou partido de não ter pontos a defender e destronou 'Nole' da liderança. Menos de 1000 pontos ATP separam os dois melhores
tenistas da actualidade e prevê-se uma época em consonância com as dos últimos
anos, com duelos titânicos e ténis de grande qualidade quando ambos se encontram em court e com incerteza no primeiro lugar do ranking, em condições normais.
O
sérvio recrutou o antigo campeão sueco Björn Borg, vencedor de 11 títulos do
Grand Slam, para a sua equipa técnica, apesar de manter o seu treinador de sempre Marian Vajda. Conseguirá o sérvio elevar o seu ténis
para os níveis de 2011, quando venceu 41 partidas sem ser vergado?
As principais incógnitas prendem-se com os
dois melhores suíços da actualidade, mas não só. Conseguirá o tenista mais
premiado de todos os tempos recuperar o seu lugar no mundo do ténis como um dos
melhores da actualidade, ou está definitivamente arredado das grandes
decisões? Conseguirá Federer provar que 2013 foi apenas o pior ano da sua
carreira em muitos anos? E Wawrinka? Conseguira o vice-campeão do Portugal Open
confirmar-se entre a elite, 'galgar' posições no ranking e atingir níveis como aquele que atingiu nos oitavos
de final de Melbourne, há um ano, no encontro histórico com Novak Djokovic?
Como se comportará Del Potro? E Tsonga? Berdych?
Conseguirá Murray intrometer-se entre Rafa e Nole? Como se comportarão os que
não caminham para novos como Gasquet e Ferrer? Será a época de afirmação para jogadores
como Milos Raonic ou Grigor Dimitrov? E João Sousa, conseguirá manter-se no
top50 ou pode ambicionar a mais?
Os courts já fervilham e Melbourne está à
porta. O fãs agradecem, e o desporto também.
Rafael Maçãs
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